quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Diversas manifestações culturais buscam articular com a sociedade formas de combate a violência, miséria e discriminação. No Brasil, o Hip Hop se encarregou deste papel, oferecendo aos jovens em estado de vulnerabilidade uma nova perspectiva de vida, na qual podem criar suas próprias linguagens e expressões e resgatar suas histórias e identidades.
Estes jovens que vivem em grandes centros urbanos, porém em áreas carentes, onde a cada hora uma pessoa é assassinada, encontram na cultura Hip Hop uma forma de expressar seu descontentamento com essa situação, expor suas angústias e lutar com uma arma pouco convencional, a cultura. Além disso, procuram formas de lazer e entretenimento para um grupo social que não tem muitas opções nessa área.
Segundo a socióloga Helena Abramo, "o movimento busca tirar o jovem das drogas, das brigas de gangue e centralizar a energia que seria para violência, para a criação artística". O Grito da Periferia mostra como a cultura dessas pessoas, que normalmente sofrem discriminação econômica e racial, tem como mensagem uma visão positiva de vida que se contrapõe à violência e ao uso de drogas.
As Posses são uma das formas de organização dos jovens do Hip Hop. Representam um modelo simples de ação coletiva que mantém seus integrantes informados e não se centralizam sob o comando de uma só pessoa.